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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42040
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Título: | Autoformação e resistência : a prática audiovisual escolar enquanto cuidado de si |
Autor(es): | LIMA, Raul Vinícius Araújo |
Palavras-chave: | Sociologia; Práticas sociais; Escola; Cinema |
Data do documento: | 30-Ago-2021 |
Editor: | Universidade Federal de Pernambuco |
Citação: | LIMA, Raul Vinícius Araújo. Autoformação e resistência: a prática audiovisual escolar enquanto cuidado de si. 2021. Tese (Doutorado em Sociologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021. |
Abstract: | A construção dos processos subjetivos que se desenrola através das variadas práticas sociais é de uma importância fundamental para os estudos sociológicos. Uma das práticas mais revisitadas são aquelas desenvolvidas dentro do espaço escolar. Neste sentido, tomamos como objetivo de pesquisa investigar a fabricação da vida, enquanto prática criativa, política, pedagógica, ética e estética, a partir da produção de curtas-metragens escolares realizados por alunas e alunos do Ensino Médio do Colégio de Aplicação da UFPE no ano de 2019, dentro do projeto BioQuimiCurta. Para tal, adotamos como fundamento metodológico o antagonismo de estratégias foucaultiano, mecanismo de análise que leva em consideração as lutas travadas pelos sujeitos contra aquilo que tenta limitar suas experiências de vida. A aplicação desse mecanismo só foi possível por recorrermos aos desdobramentos do dispositivo pedagógico elaborado por Jorge Larrosa em relação às influências que as práticas educacionais podem gerar sobre os sujeitos. Para realizar a coleta dos dados foi necessário acompanhar, durante todo o primeiro semestre, as gravações, as aulas de português e de teoria do cinema, entrevistar alunos e alunas, investigar os documentos institucionais a respeito da presença do cinema na escola, e assistir aos filmes para ligá-los aos seus processos de produção. Destacamos dois elementos dentre os processos de subjetivação: a autoformação e a resistência. Esses pressupostos teóricos e analíticos referem-se à abordagem que Michel Foucault elabora acerca da prática do cuidado de si, voltado a compreender como a vida pode ser produzida como uma obra de arte, delimitada por determinadas técnicas. A autoformação aparece como o exercício de reflexão do sujeito sobre si mesmo, tendo em vista os conhecimentos, as normas e o outro com quem entra em contato; já a resistência surge como uma prática crítica sobre aquilo que visa tolher as possibilidades de criação dessa vida. Encontramos dois modos de existência em disputa nas práticas escolares: os modos competitivos, promovidos por uma governamentalidade neoliberal, e os modos cooperativos, pautados por uma ética da amizade. Deparamo-nos com duas formas de encarar sensivelmente os pressupostos e técnicas cinematográficas, atreladas a esses modos e que foram observadas através das perspectivas de Jacques Rancière em relação ao mundo da arte. A primeira forma de partilha do sensível é a que estabelece hierarquias entre os jeitos de experienciar a arte, proporcionada, principalmente, pelo regime representativo; a segunda é aquela em que as experiências fazem-se abertas, tanto para a criação quanto para a experiência do espectador, ambas exercidas pelo regime estético da arte. O que foi possível observar de todos esses encontros é que os modos de vida intercruzam-se, disputam espaços e influências sobre os processos subjetivos que surgem dos contatos, desde o assistir filmes na infância até as produções. Se a competição e a busca pela premiação tornam-se elementos das práticas, a ética da amizade surge como contraponto. No limite, é a resistência enquanto exercício constante que cria o elo entre a estética da existência e a experiência estética dos alunos e das alunas. |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42040 |
Aparece nas coleções: | Teses de Doutorado - Sociologia |
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