Os elementos da prática no consumo de lazer em famílias com pessoas com autismo no Agreste de Pernambuco

Abstract

O presente estudo analisou como se configuram os elementos da prática de consumo de lazer em famílias com pessoas com autismo na região agreste de Pernambuco. À luz das Teorias da Prática evidenciou-se o autismo e a prática de consumo de lazer desse público estigmatizado. Recorrendo a uma pesquisa qualitativa básica, com entrevistas semiestruturadas e autorrelatos em diários, o pesquisador entrou em contato com os sujeitos de pesquisa por meio do Google Meet e dos formulários do Google. Contando com 9 entrevistados e 3 participantes do preenchimento dos autorrelatos, o corpus da pesquisa foi estudado por meio da técnica da Análise de Conteúdo, que teve como categorias de análise os elementos das Teorias da Prática segundo Shove, Pantzar e Watson (2012). Verificou-se que a formação da prática e, portanto, o link existente entre esses elementos traz aspectos importantes e que devem ser considerados, como a adaptação de materiais em decorrência do transtorno da criança e orientações de profissionais para a vivência do lazer em família. A incompreensão do TEA por parte dos familiares, a ausência de espaços públicos para promoção do lazer e o medo do constrangimento em espaços privados, e mesmo em eventos familiares, se manifestaram como algumas das barreiras à prática de consumo de lazer. Concluiu-se que se faz necessária uma articulação entre as esferas públicas e privadas na oferta de materiais e competências para suprir a carência dessa população. Além disso, esta dissertação indica caminhos que podem ser seguidos para que haja mais políticas públicas e iniciativas privadas condizentes com as necessidades das famílias analisadas.