Modelos moleculares sólidos: seu uso como material didático na aprendizagem de isomeria.

Abstract

As formas usuais de representação das moléculas nas abordagens dos conteúdos de química orgânica, em especial do conteúdo de isomeria, são, em sua maioria, por meio de representações bidimensionais, sejam nos livros didáticos, nas anotações em quadro ou em outros materiais utilizados em aula. Isso tem por consequência o surgimento de dificuldades de aprendizagem, dentre elas a de visualização das moléculas em um plano tridimensional. Nesse sentido, a utilização de materiais didáticos pode ser de grande contribuição quando se pretende representar as moléculas orgânicas. Os modelos moleculares, caracterizados como modelos sólidos, são utilizados na química orgânica para representar estruturas de moléculas, e em vista disso, podem ser úteis como material didático para aprendizagem do conteúdo de isomeria, uma vez que possuem a finalidade de representar objetos e também de auxiliar na explicação e compreensão do conhecimento científico. Por meio de uma metodologia de abordagem qualitativa, realizada com estudantes do 3ª ano de uma Escola de Referências em Ensino Médio, localizada na cidade de Lajedo, no Agreste de Pernambuco, essa pesquisa teve, como objetivo, analisar como se dá a aprendizagem dos conceitos de isomeria por meio da utilização dos modelos moleculares sólidos. Os dados foram coletados em uma sequência didática de 4 encontros, utilizando-se de três instrumentos de pesquisa: questionário aberto com uso dos modelos moleculares e mapas conceituais. A partir dos dados obtidos foi possível compreender como se deu a utilização dos modelos moleculares para a resolução das questões propostas, como permitir que os estudantes desenvolvam habilidades espaço visuais das moléculas possibilitando diferencia-las e relaciona-las diante das suas propriedades, sendo essas uma das habilidades desenvolvidas e requeridas nesse processo, como também foi possível reconhecer as limitações, dentre estas as dificuldades na elaboração dos modelos mentais pelos estudantes resultando em dificuldades na expressão e manipulação dos modelos. Para além, no que se refere aos mapas conceituais, foi possível verificar como o uso dos modelos favoreceram o desenvolvimento de habilidades e contribuíram para construção do conhecimento dos estudantes através das relações construídas nos mapas conceituais, assim como também pelos conceitos mobilizados pelos estudantes e as estruturas que os mapas conceituais foram construídos.