Estudo geoambiental de camadas de cobertura utilizadas em depósitos de resíduos sólidos

Abstract

Desde a promulgação, em 2010, da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (doravante PNRS), a responsabilidade ambiental quanto à extinção dos lixões no território nacional se tornou uma meta a ser alcançada. A forma adotada para que os resíduos, diferentemente do que ocorre nos lixões, seja disposto sem contaminação, foi a implantação de aterros sanitários. No funcionamento do aterro, as camadas de resíduos são intercaladas com solo e finalizadas – no topo – com solo impermeável para evitar a geração de lixiviado e emissão de gases poluentes. A camada do topo é definida como camada de cobertura e tem sido estudada a fim de melhorar seu desempenho de estanqueidade de gases e líquidos. Ao decorrer das pesquisas, a camada de cobertura oxidativa tornou-se uma alternativa viável a fim de reduzir a emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE). Por esse motivo, foi feita uma revisão bibliográfica de 11 trabalhos realizados com essa temática no Grupo de Resíduos Sólidos (GRS), sendo do tipo monografia, dissertação e tese, no intervalo de 2003 a 2019 e uma correlação de dados de pesquisas nacionais e internacionais. A análise foi direcionada aos resultados das classificações do solo, curvas de compactação e de permeabilidade ao ar e à água. De acordo com os resultados, a adição de matéria orgânica diminui a compressibilidade da mistura e melhora a estabilidade da camada de cobertura diante da variação climática. Além disso, há aumento da capacidade de retenção de água que melhora o desempenho da oxidação das bactérias metanotróficas e da barreira física impermeável. E, quanto a compactação, a adição da matéria orgânica indica uma maior facilidade na compactação da mistura. Os estudos indicaram, além da coerência dos resultados para a aplicação em aterros sanitários e seu potencial oxidativo, a necessidade de acrescentar parâmetros nas análises para melhor fundamentar as pesquisas atuais e futuras.