Teoria econômica distributista: uma breve revisão de seus principais aspectos sob a ótica de Belloc e Chesterton.

Abstract

O presente trabalho versa sobre como a Igreja Católica Apostólica Romana sugeriu maneiras alternativas de sobrevivência frente aos novos problemas de jornadas de trabalho abusivas e as más condições advindas da Revolução Industrial tendo como objetivo geral apresentar o distributismo como alternativa possível para melhoria qualitativa do bem-estar social e econômico para a sociedade. Como objetivos específicos busca abordar o distributismo de forma exploratória; discutir acerca desta entre algumas correntes de pensamento, incluindo estudiosos brasileiros; e apresentar iniciativas que resultaram em falta de êxito e em acertos sob a perspectiva da Teoria Distributista. Partindo da Encíclica Rerum Novarum, apoiada na tradição filosófica, os pensadores Hilaire Belloc e Gilbert Keith Chesterton difundiram suas ideias por meio dos seus livros e através do jornal próprio G.K.’s Weekly. O foco destes autores sempre foi atingir o homem comum e lhe apontar caminhos para saída da subserviência para a liberdade. Com isto, buscaram de maneira prática a aplicação dos princípios expostos pela Doutrina Social da Igreja, sugerindo como alternativa ao capitalismo e socialismo muito latentes na época, o Distributismo. Esta teoria econômica tem como fundamento principal a posse dos meios de produção pelo indivíduo para que seja capaz de suster a si e aos seus, inserido em um contexto de associação e colaboração. Disto surgem as ideias de guildas de artesãos e de cooperativas de trabalhadores. Estão expostos também erros cometidos que causaram a extinção da Guilda de São José e São Domingos, assim como os acertos de iniciativas como da Mondragón Cooperative Corporation que apresenta resultados muito satisfatórios até os dias atuais. A importância da teoria aqui abordada em relação as já exaustivamente discutidas pela academia é ressaltada pela atual circunstância em que a sociedade se encontra, no esgotamento das diversas tentativas de execução de teorias que ignoram as condições humanas e naturais.