Associação entre resposta Th1 e Th2 e a gravidade da síndrome respiratória aguda grave por SARS-CoV-2

Abstract

A tempestade de citocinas está sendo considerada como um dos principais mecanismos que contribuem para a lesão pulmonar aguda e o desenvolvimento da COVID-19. Diante do papel fundamental que as citocinas parecem desempenhar na fisiopatologia da COVID-19, torna-se essencial analisar e compreender melhor os fatores subjacentes que influenciam no agravamento da doença. Neste contexto, o estudo visou analisar os perfis das citocinas inflamatórias e anti-inflamatórias e a gravidade da síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por COVID-19. Trata-se de um estudo analítico, de natureza quantitativa, observacional retrospectivo, envolvendo 167 pacientes que estiveram internados em Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, apresentando SRAG por COVID-19. Os dados referentes às informações sociodemográficas e clínicas foram coletados através dos prontuários dos pacientes e tabulados em uma planilha. Os dados laboratoriais foram obtidos através pesquisa realizada no setor de Imunologia do Instituto Aggeu Magalhães – Fundação Fiocruz e, posteriormente, inseridos e tabulados juntamente com os dados obtidos anteriormente. As citocinas IFN-Y, IL-10 e IL-6 se apresentaram elevadas no momento da admissão na UTI. Os níveis séricos das citocinas IL-10 e IL-6 permaneceram elevados para ambos os momentos, com associação significativa ao desfecho óbito. Ainda, houve relação destas citocinas com o grau de comprometimento pulmonar, necessidade de ventilação mecânica e tempo de internação hospitalar. Houve relação significativa entre índices elevados das citocinas inflamatórias e anti-inflamatórias com a gravidade da SRAG, especialmente em relação aos níveis de IL-6 e IL-10.