O perfil dos dirigentes de clubes de futebol amadores na organização do esporte na cidade de Bom Jardim-Pernambuco

Abstract

O esporte é fenômeno social e organizacional complexo que não revela limites nem espaço reservado para sua manifestação e ações. E, assim, o papel de organizá-lo, em qualquer âmbito, envolve a presença de indivíduos que colocam em prática visões e perspectivas “gerenciais” direcionadas para o desenvolvimento do universo esportivo, as quais tendem a variar de contexto a contexto, de esporte a esporte e de matriz a matriz. Este texto, portanto, abrange tais discussões e resulta de um trabalho de conclusão de curso na Educação Física, voltando sua compreensão para o papel organizacional dos dirigentes do futebol amador de Bom Jardim. Desse modo, o objetivo foi investigar os dirigentes de times de futebol amador daquela cidade pernambucana, tendo em vista o perfil pessoal e funcional que revelam e a importância disso na organização do esporte local. Ao direcionar a nossa discussão para o âmbito do esporte amador, fizemos algumas escolhas téoricas e metodológicas, que são peculiares a todo investigador. Em meio a tantas coisas, a pesquisa teve como propósito dar mais visibilidade a um tema e universo por vezes relegado entre nós, que aponta para o esporte e o dirigente amador. Para dar conta da tarefa proposta, valemo-nos, do ponto de vista metodológico, da pesquisa qualitativa e, nesse particular, recorremos a entrevistas semiestruturadas em profundidade, envolvendo 10 dirigentes – sendo 9 homens e 1 mulher. Os dados foram analisados com o aporte de Bardin (2009), e nesse caminho decidimos, concordando com a autora, tratar as informações coletadas procedendo a uma descrição analítica, considerando aquilo que entendemos como possíveis significados. Assim é que estabelecemos descrições aproximadas dos conteúdos expressos nas falas dos dirigentes entrevistados. Em termos de resultados e conclusões, aqui ressaltamos, com relação aos dirigentes amadores de Bom Jardim, que o cenário organizacional onde eles atuam é marcado por algumas nuances que lhes confere certa singularidade. Exemplos disso são o caso do dirigente de futebol amador de Bom Jardim e as representações sociais e organizacionais que construímos sobre ele (suas ações, práticas e comportamentos), na perspectiva das influências, impactos, conhecimentos e benefícios que podem advir da sua prática com o esporte amador, ampliando as possibilidades para a leitura da vida. Rompe, dessa forma, as amarras que certos modelos organizacionais nos impõem como sendo únicos, a exemplo da matriz do esporte de espetáculo. Por fim, nosso caso, em particular, embora tenhamos dado uma contribuição no sentido de minimizar uma lacuna investigativa – mediante os poucos materias de pesquisas na área, já citados –, vale dizer que há muito ainda por fazer. Nesse sentido, sugerimos que o tema seja retomado por outros pesquisadores, buscando, por exemplo, explorar outros esportes amadores ou ampliar o universo de cidades investigadas, produzindo um retrato ampliado do fenômeno que reflita a maneira como o esporte amador, do ponto de vista organizacional, pode ser descrito nesse munícipio.