Sustentabilidade e inovação: o papel das células à combustível de hidrogênio na transição energética brasileira.

Abstract

A lacuna de pesquisa abordada neste trabalho é a falta de discussão da transição energética e células a combustível hidrogênio dentro da área de ciências econômicas. O objetivo geral desta pesquisa é apresentar o papel do hidrogênio verde no processo de descentralização da matriz energética Brasileira, bem como a importância das células de combustível no processo de descarbonização de setores intensivos em combustíveis fósseis. Para alcançar o objetivo proposto, foi feito um corte estratégico, onde as células de combustível à hidrogênio foram focalizadas, bem como o seu combustível. A metodologia adotada será mista, combinando uma ampla revisão bibliográfica sobre o tema com uma pesquisa documental em relatórios empresariais ainda não amplamente divulgados, aliada a uma pequena parcela de cunho exploratório, tendo em vista as inferências feitas com base nas iniciativas em curso. O principal resultado desta pesquisa indica que a matriz energética brasileira, ou seja, a geração de energia primária é majoritariamente não renovável, com mais de 50% de origem fóssil, ao passo que a matriz elétrica conta com quase 90% das fontes renováveis. A análise dos setorial da economia indicou que o setor mais intensivo em combustível fóssil é o de transportes, que corresponde a 60% de toda a demanda por petróleo e derivados. Contudo, quando tratamos dos setores intensivos em eletricidade, o quadro muda um pouco, a composição do consumo de energia pelo setor industrial em 2021 foi de 27,5% para combustíveis fósseis e 21,4% para eletricidade, o setor residencial consumiu 26,4% de toda a eletricidade disponível. Tal quadro deixa margem para o emprego de células de combustíveis como proposta para descarbonizar setores intensivos em combustíveis poluentes, como o de transportes, ao passo que contribui para a geração de eletricidade para setores intensivos desta. A presente pesquisa contribui para a literatura ao suscitar uma discussão sobre a importância das células a combustível na descarbonização da matriz energética, ao passo que contribui para a matriz elétrica. Bem como, por apresentar as principais iniciativas de hidrogênio verde em curso no período de escrita deste trabalho.