Efeitos de Diferentes Intervenções na Síndrome Cruzada Superior: uma revisão integrativa

Abstract

A Síndrome Cruzada Superior (em inglês Upper Crossed Syndrome ou UCS), proposta por Vladimir Janda em 1988, é um conceito na fisioterapia e na medicina esportiva que descreve uma desordem muscular na parte superior do corpo humano. Essa síndrome é caracterizada por um desequilíbrio muscular entre grupos musculares que estão em lados opostos da parte superior do tronco, como os músculos do pescoço e dos ombros. Isso afeta crianças em idade escolar, estudantes universitários, bem como funcionários que trabalham em uma posição incorreta ou repetem as mesmas ações ao longo do seu dia de trabalho. Apesar de existirem várias intervenções no tratamento da UCS, incluindo exercícios resistidos, exercícios de alongamento e diferentes tipos de terapias manuais, ainda não se sabe com tanta clareza quais tipos de intervenções podem produzir resultados mais rápidos ou mais eficientes. O objetivo do estudo é fazer uma síntese e integração dos dados existentes para uma compreensão mais abrangente sobre os efeitos de diferentes intervenções no tratamento da síndrome cruzada superior. Uma revisão de estudos foi conduzida na base de dados online PubMed. A pesquisa focou em estudos publicados entre janeiro de 2018 e julho de 2023. As palavras-chave utilizadas para a busca nas bases de dados incluíram: upper crossed syndrome, effects, exercise program. Os estudos que atenderam aos critérios estabelecidos foram analisados e apresentados de acordo com os seguintes parâmetros: referência (sobrenome do autor principal e ano de publicação do estudo), amostra de participantes, idade, número total e subgrupos de participantes, programa de exercícios, duração do programa e resultados. De 43 resultados encontrados, 8 estudos atenderam aos critérios de inclusão. Todos os estudos incluídos tratam de ensaios clínicos controlados e randomizados. Após analisar os programas de treinamento nos estudos, concluímos que exercícios focados na estabilização e fortalecimento dos músculos das escápulas, juntamente com alongamentos musculares, produziram bons resultados quando realizados pelo menos 3 vezes por semana durante pelo menos 4 semanas. Além disso, intervenções ergonômicas ajudam os pacientes a evitar posturas inadequadas e mantêm os benefícios ao longo do tempo, mesmo após o término do treinamento.