As faces da morte-mulher na poesia de Rubén Darío e Cruz e Sousa

Abstract

A morte nas artes, em especial na literatura, ocupa um espaço indiscutível sendo alegorizada, personificada nas mais distintas eras, povos e culturas; recebeu rostos, corpo, expressões e atributos que foram moldados ao longo do tempo e dos aspectos contextuais de cada tempo. Diante disto, esta investigação se propõe a analisar o tema da representação da morte como mulher na literatura finissecular oitocentista, em particular, na poesia de Rubén Darío e Cruz e Sousa à luz da Tematologia, campo da literatura comparada que se interessa pelo estudo de temas e motivos nas obras literárias. Para realizar esta análise, em especial, nos detivemos nas transformações que os séculos XVIII e XIX sofreram influenciados pelo Racionalismo, Iluminismo e Positivismo, bem como as revoluções populares que permearam todos esses anos a fim de compreender o contexto sócio-histórico em que surgiram o Romantismo e, posteriormente, o Neorromantismo, também chamado de Simbolismo. Por conseguinte, analisaremos poemas escolhidos das obras de Rubén Darío, poeta modernista nicaraguense que foi influenciado pela estética simbolista vigente à época na Franca, bem como alguns poemas escolhidos de Cruz e Sousa, poeta simbolista, pré-modernista, brasileiro, a fim de evidenciar onde os traços da morte-mulher se aproximam e onde se distanciam na poesia simbolista ibero-americana.