Desenvolvimento de plataforma biossensora para detecção de proteínas virais do SARS-CoV-2

Abstract

Após três anos e meio do surgimento da COVID-19 (do inglês, coronavirus disease 2019), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, em maio de 2023, o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional para a COVID-19, e especialistas acreditam que a doença está evoluindo para uma fase de epidemia. No entanto, a COVID-19 não está erradicada e pode continuar a causar surtos locais, exigindo uma vigilância contínua e esforços para manter a imunização e as medidas de prevenção. Neste contexto, os biossensores são um dispositivo de diagnóstico atrativo para o controle e gerenciamento da COVID, unindo vantagens como: possibilidade de miniaturização, fácil manuseio, baixo custo, alta sensibilidade, resposta rápida e resultado quantitativo. Na construção de biossensores, a incorporação de óxido de grafeno reduzido (rGO) à plataforma sensora possibilita uma maior sensibilidade analítica, devido ao nanomaterial possuir propriedades de excelente condução elétrica e alta área superficial. Neste trabalho foi desenvolvido um imunossensor destinado à detecção da COVID-19, utilizando a proteína Spike do SARS-CoV-2 como analito alvo. O dispositivo sensor foi caracterizado por técnicas eletroquímicas e morfológicas, incluindo análises de estabilidade e velocidade de varredura. Foi obtida curva analítica do imunossensor em modelo anti-IgG/ IgG, determinando uma faixa de resposta linear, aplicável à detecção de antígenos da Covid-19. A resposta analítica com anti-Spike/Spike em tampão foi satisfatória, mostrando prova-de-conceito com diferenças significativas entre correntes amperométricas em resposta ao controle positivo e negativo. Entretanto, ensaios complementares com maior número de amostras de COVID-19 serão necessários para validação do biossensor, otimizando as etapas de bloqueio de ligações não-específicas.