Práticas de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar em Crianças Menores de Dois Anos no Brasil: Uma Revisão Narrativa da Literatura

Abstract

A oferta do aleitamento materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida da criança é recomendado pelo ministério da saúde, pois ele é o único alimento que está totalmente adaptado para suprir suas necessidades e proteger sua saúde. Após esse período, apenas o leite materno não consegue suprir suas necessidades nutricionais, necessitando então de alimentos adequados que o complementam. A alimentação adequada é de suma importância nos dois primeiros anos de vida de uma criança, pois nesse período ocorre o seu maior desenvolvimento e crescimento, logo, a qualidade da alimentação tem repercussão durante toda a sua vida refletindo no estado de saúde. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi analisar as práticas de aleitamento materno e alimentação complementar em crianças menores de dois anos no Brasil. Realizou-se uma pesquisa nas bases de dados eletrônicas SciELO e MEDLINE utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) em português: Aleitamento materno, Alimentação complementar e Crianças, de forma associada com o operador booleano AND. Utilizou-se artigos originais, desenvolvidos com a população brasileira, no idioma português e publicados no período de 2019 a 2023. Mediante aplicação dos critérios de inclusão e se tratando do tema, foram encontrados 184 artigos, dos quais apenas 10 ficaram para análise dos resultados após leitura completa. Os estudos mostram que as práticas de aleitamento materno e alimentação complementar não são realizadas de forma adequada e de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria. O aleitamento materno exclusivo e total estão ocorrendo em tempo menor do que os recomendados, há práticas desaconselhadas como uso de chupeta e mamadeira, consequentemente favorece o desmame precoce e a introdução prévia de outros leites e alimentos não indicados para a idade como açúcares e ultraprocessados. Sendo assim, cabe-se trabalhar mais com as mães e responsáveis pelas crianças, assim como também com uma equipe multidisciplinar e seu apoio, as políticas públicas já existentes e as questões envolvidas nessa problemática como hábitos culturais, propagandas de alimentos industrializados e oferecer melhor suporte dos serviços de atenção básica, principalmente de profissionais nutricionistas, a fim de melhorar os índices de prevalência presentes e realizar novos estudos para acompanhar os resultados.