As mulheres no Sci-Fi: o machismo e a misoginia nas representações femininas em filmes de ficção científica.

Abstract

O presente trabalho tem o objetivo de analisar e comparar personagens femininas de franquias de ficção científica, levando em conta os filmes mais antigos e os mais atuais. Foram comparadas a personagem Rachael de Blade Runner: O caçador de andróides (1982) com a personagem Joi de Blade Runner: 2049 (2017), bem como a personagem Ripley de Alien (1979) e a personagem Shaw de Prometheus (2012) e por último Leia da Trilogia Star Wars (1997-1983) e Rey da Trilogia Star Wars (2015-2019). A partir disso, procura-se compreender a mulher no gênero de ficção científica, principalmente nas representações femininas dos filmes de maior sucesso. Aborda-se assim o contexto histórico do gênero, a mulher em relação ao mercado de trabalho, à ciência e tecnologia, e principalmente a critica feminista ao cinema e a relevância das representações sociais nos produtos midiáticos em uma sociedade totalmente midiatizada. Para entender a origem e história do gênero literário de ficção científica, bem como principais definições, obras e autores é utilizado Adam Roberts (2018). Para abordar a mulher no mercado de trabalho e sua relação com a tecnologia e a ciência é utilizada Michelle Perrot (2007) e Judy Wajcman (1998). Os autores presentes em Robin Reid (2009) foram utilizados para compreender a participação da mulher no gênero literário de ficção científica. Para discutir as representações sociais na mídia, utiliza-se Moscovici a partir de Pavarino (2003). Os estudos sobre às criticas feminista ao cinema são trabalhados a partir de Laura Mulvey (1973) e Gubernikoff (2009). Para entender a participação da mulher na sci-fi, desde a literatura às produções audiovisuais, bem como sua representação nessas produções, serão utilizados os autores presentes em Robin Reid (2009), Cristina Amich Elías (2007) e Carolina Ayres Mayer (2018). Após análises das personagens das franquias Blade Runner, Star Wars e Alien considera-se que, com a presença de mulheres nas etapas de roteiro, produção e/ou direção dos filmes, as mudanças nas representatividades da mulher nos filmes de ficção científica podem ser mais significativas e romper mais signos e estereótipos ligados a mulher.