Caracterização das práticas de hidratação e padrão de uso de álcool de jogadores de futebol de categoria sub17

Abstract

Introdução: a ingestão de álcool parece estar associada com esportes de equipe, onde o consumo de bebidas alcoólicas é muitas vezes incentivado como um componente de ligação entre os membros e também estar relacionado com o alívio do estresse. No entanto, o uso nocivo do álcool pode levar os atletas a resultados adversos como a desidratação e repercutir negativamente no seu desempenho, na sua saúde e qualidade de vida. Objetivo: caracterizar as práticas de hidratação e o padrão de uso do álcool de jogadores de futebol de categorias de base (Sub17). Métodos: trata-se de um com abordagem quantitativa realizado com 11 atletas do sexo masculino da categoria sub-17 de um clube de futebol da capital pernambucana. Foi aplicado questionário sociodemográfico e referente aos hábitos/práticas de hidratação: frequência e momento de ingestão de líquidos (antes, durante e depois dos treinamentos e competições), bem como a solução e volume consumido nas diferentes situações. A avaliação do padrão de uso do álcool foi realizada por meio do Teste de Identificação de Problemas Relacionados ao Uso de Álcool (Alcohol Use Disorder Identification Test - AUDIT). O AUDIT é composto por dez questões que podem ser respondidas em uma escala de 0 a 4 pontos. A pontuação total varia de 0 a 40 e está distribuída em quatro padrões de consumo ou zonas de risco, a saber: baixo risco (0 a 7 pontos), uso de risco (8 a 15), uso nocivo (16 a 19) e provável dependência (20 ou mais pontos). A média de idade dos jogadores foi de 16,37± 0,45 anos, sendo todos solteiros, e 72,0% deles concluíram o ensino médio. Quanto ao uso do tabaco e ao uso de medicamentos de forma contínua, todos os jogadores referiram não usar nenhum dos dois. Resultados: os jogadores de futebol estudados apresentaram hábitos de hidratação semelhantes nos treinamentos e competições, ingerindo líquidos sistematicamente antes, durante e depois nas duas situações diferentes, tendo a água se apresentado como solução mais utilizada na ocasião do treinamento, enquanto que, os repositores estiveram mais presentes na competição. Os atletas tiveram dificuldade em estimar o volume de líquidos ingeridos. Quanto ao consumo de álcool o baixo risco foi registrado numa maior proporção de jogadores (91%, N=10), no entanto, o uso de risco foi verificado em um dos atletas de (9,0%). Conclusão: embora os jogadores tenham apresentado hábitos de hidratação adequados, essa prática precisa ser revisada em especial no que diz respeito ao tipo de bebida utilizada. O padrão de consumo de álcool por parte dos jogadores de futebol está situado entre o baixo risco e o risco, haja vista o maior percentual deste grupo para o primeiro padrão de consumo. Os resultados do presente estudo despertam para a necessidade de atividades de educação alimentar e nutricional/saúde, tendo em vista malefícos da desidrataçãoe do uso do álcool a saúde e desempenho físico do atleta, em especial por se tratar de uma população de jovens/adolescentes.