As mulheres, enquanto sujeitas históricas, na formação inicial de professores(as) : uma análise a partir das representações sociais compartilhadas por licenciados(as) em História pela UFPE

Abstract

O protagonismo de mulheres na História, no âmbito curricular, constitui o objeto deste estudo, que tem por objetivo compreender as implicações do currículo, prescrito e vivenciado, da Licenciatura em História da UFPE nas representações sociais de mulheres, enquanto sujeitas históricas, compartilhadas pelos(as) egressos(as) do curso. Quanto ao aporte teórico, utiliza como lente a Teoria das Representações Sociais e, em função da interdisciplinaridade desta teoria, a articulamos aos estudos de gênero e do currículo. A pesquisa é qualitativa e de caráter exploratório/descritivo que utiliza a Análise de Conteúdo para organização e análise dos dados. Estes dados foram coletados a partir da pesquisa documental e por meio de questionários semiabertos aplicados junto à 51 egresso(as) da Licenciatura em História. Os resultados mostram que no currículo prescrito há a predominância de sujeitos(as) históricos(as) da Historiografia Tradicional, sendo as “mulheres” pouco evidenciadas. Além disso, os textos da bibliografia básica dos componentes da área de referência são majoritariamente escritos por homens e apenas pensadores homens são citados. Foi verificado também que os(as) egressos(as) percebem deficiências no currículo, mas indicam que outros espaços da Universidade contribuíram para uma formação diversificada. No que concerne as representações sociais de “sujeitos(as) históricos(as)”, observamos, de maneira geral, que os(as) egressos(as) atribuem elementos que indicam que os(as) participantes da História são: Todas as pessoas; as pessoas comuns; apenas as pessoas que contribuíram significativamente com os processos históricos; diferentes grupos sociais; ou, todos os homens.