Consumo de Alimentos ultraprocessados em crianças menores de dois anos nas zonas urbana e rural do município de Limoeiro

Abstract

Os primeiros 23 meses de vida da criança são caracterizados por ser uma fase de intenso crescimento e desenvolvimento, logo, torna-se uma janela de oportunidade para garantir uma oferta diversificada e adequada de alimentos. Todavia, alguns países nos últimos anos, vem apresentando mudanças significativas nos seus padrões alimentares. Substituindo o consumo de alimentos in natura, por alimentos ultraprocessados, impactando negativamente o estado nutricional de crianças menores de 2 anos de idade. O presente estudo objetivou avaliar o consumo de alimentos ultraprocessados em crianças menores de dois anos, assistidas pela atenção básica nas zonas rural e urbana do município de Limoeiro. Tratou-se de um estudo descritivo transversal, baseado em dados secundários da pesquisa “Impacto da Implementação da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil na rede de Atenção Básica do Município de Limoeiro”, realizada no período de junho a agosto de 2022. Os formulários de coleta de dados foram aplicados às mães maiores de 18 anos de idade, que faziam parte das Unidades de Saúde sorteadas para o estudo, tinham crianças com idade inferior a 2 anos e estavam presentes na Unidade Básica de Saúde no dia da entrevista. As mães foram arguidas sobre condições socioeconômicas da família e suas, e enquanto, responsáveis pelas crianças, responderam aos Marcadores de Consumo Alimentar para menores de dois anos, do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Os dados foram analisados pelo software SPSS 19.0. A maior parte das mães participantes tinham entre 26 a 35 anos de idade (46,1%), ensino médio e/ou superior completo e/ou incompleto (58,4%) e eram multíparas (39%). O consumo de biscoito recheado e/ou doces e/ou guloseimas foi significativamente maior na zona rural (65,5%), quando comparada à zona urbana (38,3%) (p=0,016). Por outro lado, observou-se uma tendência do consumo de iogurte e/ou bebida láctea maior na zona urbana (35%) (p=0,084). As mães mais velhas e multíparas, estavam mais propensas a ofertarem alimentos ultraprocessados precocemente aos seus filhos. Dessa forma, observou-se que o município, no momento da pesquisa apresentou um perfil alimentar entre as crianças, similar ao das populações que segundo a literatura, estão vivenciando um processo de transição alimentar. Ademais, compreende-se que as prevalências de consumo de ultraprocessados estão relacionadas com aspectos territoriais, como a área de habitação e sociodemográficos.