A conservação dos brises de concreto armado da Biblioteca Central

Abstract

O campus da UFPE - criado em 1949 - carrega um simbolismo ímpar pela sua representatividade, sendo palco para inúmeras manifestações culturais e intelectuais. Sua concepção trouxe um impacto urbano-arquitetônico, político e social para a cidade, representando uma época de ebulição de novas sensibilidades na arquitetura pernambucana inspiradas nos ideais corbusianos e no Brutalismo. Não apenas seu urbanismo, mas sua arquitetura, é repleta de elementos modernistas que o fazem um rico acervo desse movimento. Nesse contexto, o edifício da Biblioteca Central, inaugurado em 1974, é mais um exemplar Moderno/Brutalista presente no Campus. Do ponto de vista arquitetônico, seu prédio possui características clássicas desse movimento, como o uso do concreto aparente, a ortogonalidade da forma e do volume e a preocupação com a adaptação climática, visível por meio da utilização de Brises e elementos vazados. Apesar de seus atributos ímpares, a preservação do Campus é falha e ao longo dos anos, ele vem sofrendo degradação devido às inúmeras intervenções e a falta de manutenção preventiva de seu patrimônio, resultantes de fatores diversos que evidenciam a ausência de um plano de conservação integrada, comprometendo sua condição de integridade física. Nesse contexto, o presente trabalho buscou analisar os Brises da Biblioteca Central por entender sua representatividade no edifício e na arquitetura Brutalista do Campus, visto que é um componente representativo das ideias modernas e seus preceitos. Assim, através do método Lichtenstein, o trabalho fez uma análise geral dos problemas identificados na fachada, bem como das patologias presentes no Brises de concreto armado, buscando propor soluções e diretrizes que auxiliem sua manutenção. Nesse sentido, o que se pode notar é que, embora as ações corretivas se mostrem bastante eficientes no combate dessas patologias, o trabalho busca alertar também sobre a necessidade de realizar uma boa gestão de manutenção, através da elaboração de um plano de manutenção. Elas se mostram necessárias para que ações preventivas sejam realizadas de forma coordenada, alinhadas com os valores patrimoniais do bem para que no futuro essas patologias sejam minimizadas ou inexistentes. O objetivo desse trabalho, então, é despertar para a demanda burocrática que envolve as ações de manutenção.