Lugares esquecidos: A percepção do espaço prisional para mulheres

Abstract

É recente na história da arquitetura a noção de que os efeitos do ambiente construído no usuário devem ser o centro das preocupações do arquiteto ao se projetar um espaço. Entretanto, apesar dos avanços desta corrente de pensamento, a tipologia prisional para mulheres — local vivenciado diariamente e o único espaço que as quase 28 mil presas do Brasil frequentam por um longo período de tempo — ainda não correspondeu a esta tendência humanista da arquitetura. Assim, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver recomendações projetuais para presídios femininos, subsidiados pela teoria da arquitetura, neurociência e filosofia. Para isso, o estudo se inicia a partir de uma investigação teórica — que busca compreender como os espaços podem afetar o comportamento, as sensações e as emoções humanas; e também compreender o desenvolvimento da arquitetura prisional, com foco na realidade feminina —, complementada pela análise de normas e leis e de dados que auxiliam o entendimento do contexto brasileiro. Como resultado, há a sistematização dos conceitos inter e multidisciplinares selecionados, cotejados com os estudos teóricos anteriormente feitos, que orientam a formulação das recomendações projetuais.