Política de assistência estudantil na UFPE e os desafios em período de pandemia pela Covid-19

Abstract

O período de 2020 a 2022 foi marcado pela pandemia da Covid-19, que afetou de todas as formas a população mundial. No caso da educação, presenciamos uma reorganização das instituições para atender às demandas urgentes da comunidade acadêmica, principalmente para dar continuidade ao processo pedagógico nos diversos segmentos escolares. No ensino superior também observou-se a utilização de estratégias para reduzir os agravos instaurados pela pandemia. No caso da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foco desta investigação, houve mobilização para garantir que a dinâmica acadêmica fosse retomada, inclusive com ajustes na Política de Assistência Estudantil (PAE). Essa política tem como base o Decreto 7.234/2010, o qual institui o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), cujo intuito é intervir na realidade adversa dos jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Esta pesquisa investigou como a UFPE estruturou, organizou e mobilizou as políticas de assistência estudantil para garantir a permanência dos alunos nas atividades universitárias durante a pandemia da Covid-19. Teve como objetivo compreender como a UFPE estruturou e organizou a Política de Assistência Estudantil no sentido de minimizar a vulnerabilidade socioeconômica dos alunos e garantir a participação deles nas atividades de ensino, durante a pandemia da Covid-19. Nesta pesquisa, de base qualitativa, analisamos documentos e realizamos entrevistas com ossujeitos envolvidos na gestão da Pró-Reitoria para Assuntos Estudantis (PROAES). Os resultados revelaram que diversas ações foram desenvolvidas, dentre as quais a reorganização da oferta de alimentos aos estudantes, a condução de estudantes às suas residências, a ampliação do número de estudantes assistidos, o redimensionamento das bolsas e auxílios da Política de Assistência Estudantil, o lançamento do Programa de Inclusão Digital, por meio da oferta de equipamentos eletrônicos, chips para acesso à internet e auxílio para custear a compra de computadores e tablets. Porém, a oferta dessas ações esbarrou nos gargalos financeiros definidos pelos recursos do governo federal por meio do Programa Nacional de Assistência Estudantil.