Ideação suicida, atividade física e autoestima em adolescentes da Região Metropolitana do Recife

Abstract

Adolescentes estão cada vez mais expostos ao risco de ideação suicida, um forte indicador do suicídio consumado. Em contrapartida, tanto a autoestima como a atividade física são indicadores de baixo risco de suicídio. Por isso, esse estudo investigou a prevalência de ideação suicida, autoestima e atividade física e suas possíveis associações. Realizou-se um estudo epidemiológico de corte transversal com 743 adolescentes (entre 13 e 19 ano e 54,9% pertencendo ao sexo feminino) residentes do município de Recife- PE. Para a avaliação das variáveis investigadas, foram empregados instrumentos validados para uso em adolescentes brasileiros, foram eles: Scale for Suicide Ideation (SSI), Physical Activity Questionnaire for Adolescents (PAQ-A) e Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES). Para a caracterização da amostra foram utilizados os critérios da ABEP (2020). De forma geral, 17,8% dos adolescentes avaliados relataram grave risco de ideação suicida, sendo dos assim classificados 70% do sexo feminino. Dos adolescentes avaliados,90,3% foram classificados como insuficientemente ativos e 74,8% foram classificados em baixa autoestima percebida. Houve baixa associação entre ideação suicida e atividade física (p=0,120*) e nenhuma com a classificação socioeconômica (p=0,894*). Todavia, a autoestima correlacionou-se fortemente (p<0,001*) com a ideação suicida e o grupo insuficientemente ativo em comparação com o grupo suficientemente ativo apresentou maior número de adolescente em risco de ideação suicida (p1<0,005*, Z=-3,000). Sendo assim, é necessária a elaboração de estratégias que visem mitigar o nível de ideação suicida entre os adolescentes, promover maior prática regular de atividade física e um ambiente de apoio e aceitação encorajando o autocuidado e autoaceitação.