Risco cardiovascular de pacientes submetidos à hemodiálise em um hospital público de Recife-Pernambuco

Abstract

Pacientes com doença renal crônica (DRC) em tratamento hemodialítico apresentam altos índices de morbimortalidade devido ao risco de doenças cardiovasculares, observa-se, um estado pró-inflamatório sistêmico e crônico, que contribui para remodelação vascular e miocárdica, consequentemente, carregando um risco significativo de mortalidade precoce. Determinar o risco cardiovascular de pacientes submetidos à hemodiálise em um hospital público de Pernambuco. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, analítico e exploratório. Realizado com pacientes em tratamento dialítico na clínica Nefrológica do Hospital Barão de Lucena (HBL). Foram coletadas informações demográficas (idade, sexo, estado civil), socioeconômicas, estilo de vida, diagnóstico clínico, comorbidades, avaliação antropométrica e perfil lipídico. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS versão 13.0, sendo adotado para verificação de significância estatística p<0,05 A amostra foi composta por 49 pacientes com idade média de 58,06 (土 17,13) anos, onde 51% eram idosos e 53,1% do sexo feminino. De acordo com o IMC, 53,1% pacientes eutróficos (n = 26). Quanto à circunferência da cintura e circunferência do pescoço, ambos indicadores sinalizaram que 42,9% (n = 21) da amostra apresentaram risco muito elevado para doenças metabólicas e obesidade. Pelo Escore de Risco Global de Framingham (ERG), 87,5% (42) apresentaram Risco Cardiovascular (RCV) elevado e 12,5% (6) RCV muito elevado. As variáveis do perfil lipídico demonstraram que 71,4% (n = 35) e 65,3% (n = 32) dos pacientes apresentaram-se dentro da normalidade, quanto aos valores de Colesterol total e Triglicerídeos, respectivamente. Em relação aos valores de HDL-c, foi identificado que (n = 29) 59,2% estavam abaixo da normalidade, já os valores de LDL-c, observaram-se valores elevados, tanto para categoria de alto RCV, quanto para muito alto, com a respectivas porcentagens 69,4% e 10,2%. O estudo demonstrou uma associação entre os valores de LDL-c e a variável socioeconômica, pacientes categorizados em classe mediana, apresentaram maior frequência de LDL-c elevado (90%). Observou-se associação significativa da classificação socioeconômica (classe mediana) com o risco cardiovascular elevado, como também averiguou-se que os pacientes com risco cardiovascular elevado e de classe mediana apresentaram maior frequência de LDL-c elevado.