Escola e infância nos anos iniciais do ensino fundamental: os dizeres, as temporalidades da infância e as forças que estruturam e habitam o território escolar.

Abstract

Resumo: Esta pesquisa teve como foco a infância e a escola, suas temporalidades, seus dizeres e as forças que estruturam e habitam o território escolar dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O objetivo foi cartografar as ações, os gestos e os dizeres das crianças, considerando as experiências que surgem delas e da própria infância, permitindo explorar diferentes maneiras de entender e habitar o espaço educacional. O caminhar teórico incluiu autores como Almeida (2021), Gaivota (2018; 2024), Kohan (2010; 2014; 2015; 2017; 2020), Masschelein e Simons (2014), dentre outros autores. O estudo, de inspiração cartográfica, foi experienciado com crianças entre 6 e 9 anos (1° ano e 4° ano do Ensino Fundamental) em uma escola da rede municipal do agreste de Pernambuco, constituída como campo empírico. O processo de desenvolvimento da pesquisa foi realizado com e entre as crianças, observando suas expressões e instaurando reflexões sobre o território escolar nos Anos Iniciais do Fundamental. A pesquisa buscou problematizar as experiências das crianças com um olhar para o ‘invisível’ que se configura nas pequenas coisas que fogem da nossa atenção. O invisível só é percebido a partir do desenvolvimento de um olhar sensível, que foge do que estamos habituados a observar, promovendo uma visão da infância que se afasta da lógica de produtividade, das formas rígidas e das rotinas estabelecidas a partir de forças estruturantes, incentivando novas maneiras de vivenciar esses espaços. As múltiplas expressões das crianças, seus movimentos, dizeres e invencionices, foram fontes de inspiração para pensar e compreender o território escolar dos Anos Iniciais do Fundamental.