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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/59317
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Título : | “Nossas vidas valem mais que o lucro deles": trabalho e resistências dos entregadores de aplicativos frente ao controle do capital |
Autor : | PANTA, Elisa Carolina Galindo de Almeida |
Palabras clave : | Trabalho; Plataformização; Entregadores de aplicativo; Controle; Resistência |
Fecha de publicación : | 17-oct-2024 |
Citación : | PANTA, Elisa Carolina Galindo de Almeida. “Nossas vidas valem mais que o lucro deles": trabalho e resistências dos entregadores de aplicativos frente ao controle do capital. 2024. Trabalho de Conclusão de Curso (Serviço Social) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2024. |
Resumen : | A presente monografia analisa criticamente as novas formas de controle e exploração do trabalho mediado por plataformas digitais, cujo enfoque são as transformações do capital no século XXI para gerir o trabalho dos entregadores de aplicativos e suas resistências coletivas frente à precarização e à fragmentação da classe trabalhadora. Fundamentada no método materialista histórico-dialético, nosso estudo buscou compreender como as dinâmicas do capitalismo contemporâneo, exacerbadas pela mediação tecnológica, têm reformulado as estratégias de acumulação e controle sobre a força de trabalho. As plataformas digitais, ao categorizar os trabalhadores como “colaboradores independentes” ou “empreendedores de si mesmos”, criam uma falsa harmonia entre capital e trabalho, ocultando as relações de exploração intensificadas por esses mecanismos. A investigação adotou uma abordagem metodológica mista, combinando análises qualitativas e quantitativas que se classificam como exploratória, uma vez que visa o aprimoramento de teorias e a busca por compreender a raiz dos fenômenos de precarização e plataformização do trabalho. A análise documental abrangeu o período de 2012 a 2023 globalmente e de 2018 a 2023 no Brasil. O estudo revelou que as plataformas de entrega, como Rappi, iFood, 99 Moto e Ubermoto, reforçam a exploração por meio da flexibilização e informalização das relações de trabalho, contribuindo para a emergência do "trabalhador just-in-time", um novo “escravo contemporâneo” submetido ao controle algorítmico e à ausência de proteção estatal. Nesse cenário, os trabalhadores são excluídos das garantias legais, vivendo sob um regime de exploração intensificada que atinge tanto a esfera econômica quanto a esfera da sociabilidade, através de mecanismos ideológicos que legitimam essa modalidade de trabalho. Além de bibliografia especializada e documentos oficiais, foram utilizadas fontes secundárias de pesquisa no Google e Instagram, com as palavras-chave deste estudo. Foram identificados quinze coletivos de trabalhadores, incluindo oito movimentos de entregadores ciclistas e motociclistas, que lutam por melhores condições de trabalho e reconhecimento de vínculo empregatício, e cinco serviços alternativos organizados de maneira cooperativa, desafiando o modelo de exploração dominante. A monografia está dividida em três capítulos principais. O primeiro capítulo analisa as novas estratégias de acumulação capitalista na era digital, destacando a reestruturação produtiva marcada pela Indústria 4.0 e a flexibilização das relações de trabalho, que desorganizam a classe trabalhadora e dificultam sua resistência coletiva. O segundo capítulo explora a nova cultura do trabalho imposta pelo capitalismo digital, com ênfase na captura da subjetividade dos trabalhadores por meio do discurso do "empreendedor de si mesmo". O terceiro capítulo examina a organização coletiva dos entregadores de aplicativos, destacando como, apesar da fragmentação da classe, os trabalhadores têm se organizado em cooperativas e coletivos para resistir à exploração. Conclui-se que, apesar da desarticulação imposta pelas plataformas digitais, os trabalhadores têm manifestado formas de resistência, as quais, embora ainda incipientes, apontam para um tensionamento com as organizações capitalistas que comandam o trabalho sob plataformas, revelando que a denominada plataformização, ao intensificar a precarização e individualização do trabalho também gera contradições que abrem espaço para a organização coletiva. Inseridos em dinâmicas de alienação e controle, os trabalhadores de aplicativos começam a desenvolver estratégias de enfrentamento que questionam tanto as formas explícitas de exploração quanto as ideologias que sustentam o domínio capitalista, cujas práticas de resistência indicam a possibilidade de uma negação dialética da ordem vigente, sugerindo a emergência de uma luta coletiva articulada a outras lutas sociais, capazes de confrontar e tensionar a sociabilidade do capital. |
URI : | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/59317 |
Aparece en las colecciones: | (TCC) - Serviço Social |
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