Tecnologias digitais móveis na educação : um estudo de caso na Comunidade Quilombola Novo Horizonte, Alagoinha - PE

Abstract

Esta pesquisa teve como questão central responder quais os impactos proporcionados com o uso dos dispositivos digitais móveis, na prática docente do ensino de Ciências na Educação de Jovens e Adultos nas comunidades quilombolas? O objetivo geral analisou as possibilidades e desafios da aprendizagem mediada por tecnologia digital móvel (Mobile Learning) nas aulas de ciências, dentro do contexto sociocultural dos Estudantes Jovens e Adultos remanescentes de quilombos. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada, com resultados analisados conforme o referencial teórico de Morais (2019). A metodologia configurada como um estudo de caso e narrativa (Amado, 2017). Os dados foram coletados por meio da entrevistada semiestruturada, realizada com uma professora de ciências atuante na EJA quilombola, e forneceu percepções importantes para a análise da referida questão problema. Este estudo articula o Mobile Learning com a Educação Escolar Quilombola, focando especificamente no público da EJA e considerando os aspectos da escola investigada na Comunidade Quilombola Novo Horizonte, no Povoado do Campo do Magé, em Alagoinha-PE. A pesquisa se fundamenta nas contribuições teóricas de autores como Traxler (2005, 2019, 2020); Sharples, Taylor e Vavoula (2022); Souza (2006); Nóvoa (1992, 2021, 2022); Mignolo (2017); Molina (2021); e Sasseron (2022), que permitem refletir e questionar o papel histórico e social atribuído aos povos negros, incluindo os quilombolas. A analise dos dados evidenciaram falta de acesso à internet, limitando o uso de tecnologias digitais móveis na prática docente de ciências das escolas quilombolas. A ausência de profissionais quilombolas na escola também revela desafios na valorização das culturas locais. Durante o cenário pandemico da Covid-19, o uso do celular foi essencial para manter o ensino, embora com limitações. Os relatos da docente participante revelaram que a prática docente na EJA quilombola ainda carece de integração com tecnologias digitais, estando distante da almejada decolonialidade digital.