O cerébro do adolescente suicida: revisão integrativa acerca da avaliação das alterações morfológicas identificadas por meio de ressonância magnética

Abstract

A adolescência é uma fase, geralmente, associada ao comportamento suicida devido às fragilidades e alterações cerebrais presentes nela. Para a visualização dessas alterações, a utilização de ressonância magnética é um dos principais métodos de avaliar modificações estruturais no encéfalo de indivíduos com transtornos psiquiátricos. O objetivo deste estudo foi avaliar possíveis associações entre as alterações morfológicas cerebrais (identificadas através da ressonância magnética) e o comportamento suicida em adolescentes. O estudo consistiu em uma revisão integrativa da literatura. Uma busca pareada, realizada por dois analistas de forma independente, foi conduzida nas bases de dados PubMed, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Science Direct, utilizando como estratégia de busca: “MRI AND Suicide AND Adolescent”. Foram excluídos artigos de revisão, teses, livros, artigos repetidos ou que não tinham relação direta com objetivo do estudo. Foram incluídos artigos originais, sem restrição de ano e de idioma, disponíveis para leitura na íntegra. A amostra final foi de 7 estudos, sendo a maioria de origem norte americana. A atrofia cortical foi a alteração morfológica mais evidenciada pelos estudos. As regiões que apresentaram alterações associadas ao comportamento suicida foram: córtex frontal, córtex temporal, pré-cuneos, lobo temporal, lobo parietal, região pré-frontal, lóbulo paracentral e glândula hipófise. A escassa quantidade de artigos acerca dessa temática envolvendo adolescentes e a heterogeneidade das amostras foram limitações encontradas. O comportamento suicida ocasiona modificações na morfologia cerebral do adolescente, se apresentando geralmente como uma atrofia cortical, que podem ser possíveis biomarcadores para o risco de suicídio.