Caracterizando a percepção das feirantes da Sulanca Fundac acerca do empreendedorismo: entre a autonomia e a precariedade.

Abstract

Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo caracterizar a percepção das mulheres feirantes/empreendedoras da Feira da Sulanca Fundac, em Caruaru-PE, acerca do empreendedorismo feminino e suas contradições. A pesquisa nasce da ideia de que, embora o empreendedorismo seja promovido como um caminho para se conquistar a independência e vencer os desafios do mercado formal, a vivência e rotina dessas mulheres mostram um choque entre a ideia de autonomia e o que elas realmente enfrentam. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, com entrevistas e registros fotográficos para entender quem são essas feirantes, o que fazem no dia a dia e em que condições trabalham. A base teórica conversa com estudos sobre informalidade, precariedade e desigualdade de gênero, mostrando como as ações para formalizar, como a categoria de Microempreendedor Individual (MEI), podem esconder situações de fragilidade. Os resultados mostram que o discurso do empreendedorismo esconde problemas relacionados à instabilidade financeira, à dupla jornada de trabalho e à permanência de práticas que excluem este setor. Desse modo, o estudo contribui para o debate das contradições do empreendedorismo feminino no mundo informal, oferecendo informações para futuras ações políticas e estudos que busquem incluir socialmente essas mulheres e melhorar suas condições de trabalho.