Racha, a senhora é maravilhosa! Novas sujeitas e práticas políticas contemporâneas no movimento feminista na cidade do Recife-PE

Abstract

O presente trabalho tem por objetivo central compreender como mulheres e pessoas não- -binárias constroem as suas identidades feministas e como a partir dessa auto identificação tem se articulado e organizado coletivamente, no intuito de fomentar e mobilizar práticas políticas e ações coletivas (TOSOLD, 2012; MOUFFE, 1982; LOYD, 2005). Diante de um suposto cenário, no qual as mulheres já teriam conquistaram tudo, porque as sujeitas continuam a se identificar enquanto feministas? Qual a importância atual da luta feminista para a garantia de direitos? Essas reflexões centrais me encaminharam no sentido de tentar compreender essas questões e também como as práticas políticas feministas se constroem atualmente. Quais mecanismos de resistência vêm sendo criados e quais as (novas) formas de articulação coletiva nesse contexto? Qual a importância do surgimento de novos coletivos nos últimos cinco anos na cidade do Recife-PE? A partir da perspectiva de ciência corporificada (HARAWAY, 2010), a pesquisa se insere no debate da Terceira Geração do feminismo, do pós-estruturalismo (BUTLER, 2003) em diálogos com debates construídos pelo Feminismo Negro (hooks, 1981; Davis, 2016) e outras formas de construir saberes tecidos historicamente pelas mulheres. Trata- -se de uma pesquisa qualitativa, para a qual foram realizadas entrevistas em grupos e individuais com as sujeitas e os coletivos que dão alma e corpo ao trabalho. O campo também foi composto através da minha participação, enquanto militante feminista, nos eventos e atos políticos construídos no contexto da Região Metropolitana, onde a pesquisa se insere. Serão trabalhadas categorias como gênero, identidades, ações coletivas e feminismos.