Desfecho clínico e nutricional de recém-nascidos de gestantes de alto risco

Abstract

A gestação de alto risco caracteriza-se por um aumento na probabilidade de complicações que podem comprometer a saúde ou a vida da mãe, do feto ou do recém-nascido, quando comparada à gestação de baixo risco. O acompanhamento pré-natal e o estado nutricional da gestante são fundamentais para prevenir complicações e garantir a saúde da mãe e do recém nascido. O objetivo desse estudo foi avaliar a relação da gestação de alto risco com os desfechos clínicos e nutricionais dos RNs. Trata-se de um estudo do tipo transversal realizado no Setor de Clínica Obstétrica do Hospital Barão de Lucena, com 87 gestantes de alto risco e seus respectivos recém-nascidos. A coleta de dados ocorreu entre março e agosto de 2024, por meio de questionário sociodemográfico, avaliação antropométrica e análise dos dados clínicos da gestante e do neonato. Os dados foram analisados no software STATA, com significância estatística de p≤0,05. Entre as 87 gestantes avaliadas, a maioria apresentava excesso de peso (70,11%) e ganho gestacional inadequado (74,72%). As principais causas de internação foram doenças hipertensivas (67,82%) e diabetes gestacional (19,54%). Quanto aos recém-nascidos, 40,23% apresentaram desconforto respiratório, mas 95,4% tiveram Apgar ≥7 no 5º minuto. A maioria foi classificada como adequada para a idade gestacional (82,76%). Houve associação significativa entre diabetes materno e necessidade de cuidado neonatal intensivo (p=0,04). Verificou-se que vulnerabilidades sociais e excesso de peso, podem estar associadas a maiores riscos neonatais, como desconforto respiratório. A presença de diabetes gestacional se relacionou à maior necessidade de cuidados intensivos. Destaca-se a importância do controle das comorbidades e do fortalecimento do pré-natal para melhores desfechos perinatais.