Arte e espiritualidade como princípios do projeto de paisagem do jardim japonês

Abstract

A partir de uma análise estrutural das ementas de disciplinas relacionadas à arquitetura da paisagem nos cursos de Arquitetura e Urbanismo de importantes universidades brasileiras, constatou-se uma lacuna acerca do paisagismo nipônico, embora o Japão seja um país no qual o fazer jardim é considerado uma arte. Além disso, o Japão possui histórico vínculo com o Brasil, uma vez que possuímos uma das maiores comunidades de imigrantes japoneses do mundo. Desta forma, objetivou-se preencher, de certa forma, com esse estudo, a lacuna encontrada no campo disciplinar da história do paisagismo japonês. Para tanto, investigou-se (i) as origens do fazer jardim japonês, (ii) quais são as correntes de pensamento que influenciaram o fazer paisagístico nipônico – e como elas se refletem no jardim – e (iii) quais são os princípios deste fazer jardim. Como procedimento metodológico, adotou-se a pesquisa bibliográfica para a seleção das fontes de pesquisa pertinentes ao tema e, consequentemente, a construção do estado da arte de forma a responder aos posicionamentos acima feitos. Ao final do estudo, constatou-se que boa parte da bibliografia utilizada relacionada às origens do jardim japonês reforça os aspectos espirituais, ou mesmo místicos, tipicamente associados à cultura asiática, mas também se observou que os princípios de composição do espaço utilizados no fazer jardim nipônico podem ter uma aplicação na prática contemporânea de projetos de paisagem, sendo justificado o seu estudo como maneira de enriquecer o ensino de paisagismo nas escolas de Arquitetura e Urbanismo.