Trabalho decente no Polo de Confecções do Agreste Pernambucano: a experiência do Coletivo Mulheres do Polo.

Abstract

A partir da década de 1980, a globalização intensificou a concentração econômica, agravando desigualdades nas economias periféricas. A liberalização e a terceirização contribuíram para condições precárias de trabalho, especialmente em setores vulneráveis como o Polo de Confecções do Agreste Pernambucano (PCAP). Nesse contexto, a Organização Internacional do Trabalho introduziu o conceito de Trabalho Decente para melhorar condições laborais e preservar os direitos dos trabalhadores. Embora essa definição tenha se consolidado como referência, ela também é alvo de críticas. Como alternativa, a perspectiva psicológica do Trabalho Decente propõe um olhar mais atento às vivências individuais dos trabalhadores. No PCAP, a informalidade predomina, sobretudo entre costureiras que enfrentam condições precárias. O Coletivo Mulheres do Polo, inspirado em princípios cooperativistas, surge como alternativa para melhorar essa realidade. A monografia investigou como o coletivo promove práticas de trabalho decente, de acordo com as dimensões apresentadas por Ferraro et al. (2018a; 2018b), por meio de pesquisa qualitativa e entrevistas com as associadas. O principal resultado mostrou que as ações do coletivo garantem condições de trabalho decentes às costureiras, promovendo dignidade e bem-estar. A pesquisa concluiu que as ações coletivas são essenciais para alcançar condições de trabalho mais justas.